Elaboração de diagnósticos socioambientais participativos, planos de manejo, implantação de conselhos gestores e indicação de oportunidades de Corredores Ecológicos para os Refúgios da Vida Silvestre (RVS) Matas do Siriji e de Água Azul. Essas foram as metas de trabalho apresentadas pela equipe do Programa UC Pernambuco, na manhã desta quinta-feira (18), durante webinário transmitido online pelo canal da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas-PE) no YouTube. As duas Unidades de Conservação (UCs), localizadas nos municípios de São Vicente Férrer, Timbaúba, Vicência e Macaparana, Zona da Mata Norte do Estado, estão inseridas na Serra do Mascarenhas – o segundo maior bloco de Floresta Atlântica contínua ao norte do rio São Francisco.
O Instituto de Tecnologia de Pernambuco (Itep) ficará responsável pela execução do Programa nessas duas áreas, que será realizado em quatro etapas. A primeira delas é o levantamento de dados para compor o documento de Diagnósticos Socioambientais. Nesse caso, serão levados em consideração o Meio Físico (clima, fenômenos meteorológicos, geologia, geomorfologia, pedologia, recursos hídricos, trilhas e aspectos paisagísticos, Meio Biótico (biomas e ecossistemas, vegetação e flora, fauna e biodiversidade de ecossistemas aquáticos) e o Meio Antrópico (socioeconomia, Arranjos Produtivos Locais – APLs, uso e ocupação do solo, patrimônio cultural, populações tradicionais, políticas e projetos relacionados).
Os resultados dessa primeira fase subsidiarão as demais etapas de execução do projeto: criação de conselhos gestores, elaboração de planos de manejo e o monitoramento remoto de fragmentos florestais e propostas de criação de corredores ecológico. O trabalho conta ainda com a atuação conjunta da Associação Plantas do Nordeste (APNE), que atuará nessas duas Unidades de Conservação.
MATAS DO SIRIJI – Localizado no município de São Vicente Férrer, compreendendo uma área de 645,94 hectares, o Refúgio de Vida Silvestre (RVS) Matas do Siriji está inserido nos domínios da Mata Atlântica, integrando o segundo maior bloco de Floresta Atlântica contínua ao norte do rio São Francisco, a Serra do Mascarenhas. Neste complexo de serras, ocorrem espécies endêmicas, raras e/ou ameaçadas de extinção, destacando-se, por exemplo, a quina, urucuba, jacaratiá, amarelo, cedro e a copaíba. A UC encontra-se na bacia hidrográfica do Rio Goiana, compondo a rede hidrográfica que integra a área do Complexo da Serra do Mascarenhas-Jundiá, constituída pelo conjunto de rios e riachos que drenam as terras do alto Capibaribe Mirim e Siriji e do Cruangi.
MATAS DE ÁGUA AZUL – O RVS Matas de Água Azul está localizado nos municípios de Timbaúba, Vicência, Macaparana. É formado pelo fragmento conhecido como mata do Engenho Água Azul, localizada em terras da Usina Cruangi, pela mata de Xixá, localizada em terras da antiga Usina Aliança, além de vários outros fragmentos localizados nos municípios de Timbaúba e Macaparana que, somados a estes dois, formam um bloco contínuo de vegetação nativa, perfazendo uma área total de 4.652,57 hectares. É considerado de extrema importância para a conservação da diversidade biológica da Floresta Atlântica e está inserido no chamado Centro de Endemismo de Pernambuco, região que abriga várias espécies endêmicas de animais e vegetais. Trata-se de um fragmento de floresta ainda preservado, pouco alterado e em bom estado de conservação na região norte de Pernambuco.
PROGRAMA – O Programa UC Pernambuco é uma iniciativa da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade (SEMAS) e recebe recursos provenientes da compensação ambiental arrecadados pela Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), órgão responsável pelo gerenciamento das Unidades de Conservação no Estado. O objetivo é a promoção de soluções integradas no que diz respeito à gestão ambiental de UCs. Ao todo, serão contempladas 47 unidades, distribuídas por 35 municípios, localizadas em áreas dos biomas Caatinga e Mata Atlântica e ecossistemas associados, que estão divididas em agrupamentos para execução do programa.